sábado, 16 de outubro de 2010

Ele não tem mais perspectiva de vida. É convocado para a guerra. É o soldado mais bravo pelo simples fato de que se morrer naquela batalha, não terá mais nada a perder.
O pai morreu quando o futuro soldado tinha apenas meses de vida. A mãe sempre lutou para dar-lhe a vida que merecia, mas a vida não é tão fácil assim quando se convive com uma doença que pode tirar-lhe a vida em um sopro mínimo. Ela deixa de lutar à meia noite de uma noite fria e um céu nublado. O pobre garoto está sozinho. "Lutar e nunca desistir, nem que as situações sejam as mais adversas possíveis". Clichê entalhado em um pedaço de folha de papel dentro da Bíblia que ganhara aos oito anos de vida. Agora, com dezoito, é chamado para a luta. A defesa de um país que o acolheu e lhe cedeu escárnio ao mesmo tempo. Não há mais esperança. Não há família, não existem garotas. O vazio no peito impulsiona-o para que aquela seja a luta mais brava que ele já travou um tempos... Não pelo fato de simplesmente defender a pátria, mas sim a sua própria honra e fúria.
Inimigo que deve ser temido até o último suspiro. Ele lutará com forças maiores do que qualquer outro soldado, pois já não há mais nada a perder. Um último instante, o último estrondo e o cheiro de pólvora no ar confirma a sentença da vida reduzir-se a pó. Matou tantos naquela batalha... Tantos medos vencidos; tantas lágrimas postas ao ar, finalmente; a bravura com que lutará ficará para sempre na história e a lição de que deve-se lutar o máximo que se pode, mesmo que a batalha não seja vencida. Ser a todo momento o soldado mais bravo e confiante. Não necessita sonhar, necessita engajar diante da causa que aos teus olhos pareça mais pura e honesta. 


Lutar...

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