sábado, 17 de outubro de 2009

17/10/2009

Chuva. Oito horas da manhã de um sábado chuvoso de ideias. É delicioso ouvir o professor Navarro citar Clarice Lispector. Mas meu pensamento não está aqui. Os cantos desta sala terão muitas palavras para dizer, porém talvez nada tão construtivo para compartilhar. Somo nada. Hoje aqui, amanhã já não se tem certeza. Pensamentos loucos que me levam a um lugar qualquer, somente longe das pessoas, presa aos meus próprios pensamentos.
O canto de um pássaro me alerta: Não estou aqui nem lugar algum. Estou dentro da minha mente. Me remetem palavras e discussões nada agradáveis. O sabor de fel que possuo. Não me agrada o gosto azedo e amargo do meu próprio ser que se liberta de vez em sempre e que me faz perceber a insignificância de certos momentos e a supervalorização de outros. Não deveria ser assim. É tudo tão comum, natural a força da repetição e que força o pensamento. Não forçado como quem faz algo por não querer, mas sim que saí com dificuldade da inutileza e falta de prática de quem o diz.
Jogadas maçantes, tentativas frustantes, a obra de um ser que não é.
Ser simplesmente aquilo que se imagina ser e não chegar a conclusão nenhuma. O sabor de ser quem se realmente é e por obras esconder através de volumosas cortinas de veludo roxas o verdadeiro ser, seus verdadeiros gostos e interesse.
É o preço que se paga por viver em um mundo onde você, simplesmente nada vale.